Neste post iremos fazer uma mudança de assunto (que mais a frente será entendida), passando das contratações ao marketing, focando no assunto patrocínio - algo que se tornou a maior fonte de receitas - do futebol.
Se tem um grande erro que enxergo na atual diretoria é o de procurar patrocínio apenas quando o clube está apertado financeiramente.
Se tem um grande erro que enxergo na atual diretoria é o de procurar patrocínio apenas quando o clube está apertado financeiramente.
Em 2010, um grande
problema Náutico foi o atraso nos salários. Atraso este que até hoje atribuo a
culpa pela queda de rendimento e do acesso, o que QUASE levou o Náutico ao rebaixamento. Sem um
planejamento financeiro, vindo de um rebaixamento e realizando nada menos que
43 contratações na temporada (ver “Post 2: Falta de critério nas
contratações e causas trabalhistas”), o Náutico passou a ter problemas com
salários na metade da Série B, enquanto lutava pelo acesso. Um dos motivos para
estes atrasos foi à demora para anunciar um Patrocinador Master. Passou-se toda
a temporada de 2010 sem que fosse anunciado alguma marca para patrocínio, com
exceção da Feijão Turquesa - que a diretoria reconheceu na imprensa não ser o
Master - que estampou a marca durante o Campeonato PE.
Patrocínio hoje no futebol está diretamente ligado a
marketing (e como o Náutico tem menos divulgação do que Festa do Pijama de
criança dá pra entender o porquê da demora). Agora, vamos analisar o PORQUÊ da
demora para que se arrume um patrocinador.
Situação Hipotética: Tu és um (a) administrador (a) de uma
grande empresa... Daí, tu pensa: “Vamos divulgar nossa marca em meio esportivo”.
Mais especificamente, no futebol. “Vou procurar um clube de futebol
profissional pra exibir nossa marca.” Aí tu fazes uma rápida pesquisa e
descobre que o Náutico não tem patrocinador. Clube de tradição no Nordeste, que costuma estar primeira divisão. Teu primeiro pensamento é: “Vou
enviar uma proposta agora”. Aí tu aprofunda mais um pouco, descobre que o clube
tem menos de 5 mil sócios em dia, que só são associados porque querem
contribuir de alguma forma, porque o clube praticamente não oferece vida social
justamente por não ter uma área social (tópicos que serão abordados em outras
postagens).
Então, uma coisa é você ter dificuldade em achar um
patrocinador (ainda assim, não serve de pretexto para se ficar um ano inteiro
na procura). Outra é você mentir descaradamente para a imprensa e para a
torcida sobre esta procura, como ocorreu no ano de 2010. Os trechos de notícias
a seguir foram retirados do site transparenciaalvirubra.com.br
Março 2010
“Segundo presidente, e ao contrário do que
informou o site oficial do clube, o patrocínio não é máster até o fim do
Campeonato Pernambucano. A questão é: o Náutico ainda não fechou com o
patrocinador máster, e enquanto não acertar a marca Feijão Turquesa vai ficar
estampada na frente da camisa alvirrubra.”
Setembro de 2010
“O
patrocínio máster está muito próximo de ser fechado, segundo o vice-presidente
de marketing do Náutico, Roberto Varella. “Tá para fechar, bem encaminhado.
Quarta-feira deve-se ter a definição”, disse.
Novembro 2010
“A temporada já está no final. Em campo, o
Náutico só terá atividade até o final do mês – no dia 27 se encerra a disputa
do Brasileiro da Série B. Mas só agora o Náutico fechou o patrocínio master
para a camisa com o banco Bonsucesso. A partir da partida com o Icasa, sábado,
nos Aflitos, a marca já estará estampada no uniforme alvirrubro.“
Correções Propostas – Patrocínio no futebol é hoje algo essencial. Os grandes clubes do Brasil
(e do mundo) engrandeceram por conta de patrocínio. Vamos tomar, novamente, alguns
exemplos aqui, para depois passar para o que pode ser feito para melhorar.
Na década de 90, o Palmeiras
viveu o melhor momento de sua história. Conquistou dois Campeonatos
Brasileiros, uma Copa Mercosul, uma Libertadores, 3 Campeonatos Paulistas... E
nessa década, pensar no Palmeiras remetia a Parmalat. E vice-versa. Porque o patrocínio
era extremamente conhecido, foi a alavanca para o Palmeiras viver esse momento,
era o combustível, o recurso financeiro... Podem ver que após a saída
(conturbada) da Parmalat, o Palmeiras não ganhou nada expressivo. Ganhou apenas
um Campeonato Paulista em 2008 e nada mais. E em 2008, isso só ocorreu porque
tinha uma parceria com a Traffic. Hoje, sem patrocínio, o Palmeiras tem tido
grande dificuldades para contratar jogadores.
O Fluminense desde 1998 recebei apoio da Unimed (tudo bem que o responsável
pelas negociações é Celso Barros, torcedor tricolor, mas ainda assim é um
patrocínio). De lá para cá, o Fluminense chegou a final da Libertadores, em
2008, sendo derrotado pela LDU. Foi campeão da Copa do Brasil em 2007 e do
Campeonato Brasileiro em 2011. Alguém
questiona o peso do apoio da Unimed?
Enfim, vocês devem estar
questionando de que forma isso pode ajudar o Náutico... A verdade é que de
nenhuma. Isso não ajuda em nada. Foi só uma forma de reforçar que patrocínio é
algo essencial no futebol moderno. Vamos agora a como podemos chegar neste
patamar, que é conquistando sócios.
Hoje em dia, a procura por
produtos esportivos é intensa. O marketing nessa área está se tornando uma das
fontes mais brutas de dinheiro... E os patrocinadores, de olho nisso, analisam
uma série de fatores antes de fechar o contrato. Momento da equipe. Pretensões.
Planejamento. E acho que o mais importante é o quadro social. Independente de
valor da mensalidade, de condição financeira, só em ter um número pelo menos
razoável – digamos 10 mil – já é um atrativo enorme para essas empresas
estamparem sua marca, e pagando bem, porque afinal quem vai comprar os produtos são os sócios, e consequentemente espalhar a marca clube á fora. Então o principal investimento tem que ser
focando o que o sócio quer, o que ele precisa e o que dá para fazer.
Analisaremos isto no próximo post.
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