sábado, 18 de fevereiro de 2012

Post 4 - Mkt Esportivo - Patrocinador Master: Outro erro gritante

Neste post iremos fazer uma mudança de assunto (que mais a frente será entendida), passando das contratações ao marketing, focando no assunto patrocínio - algo que se tornou a maior fonte de receitas - do futebol.   


Se tem um grande erro que enxergo na atual diretoria é o de procurar patrocínio apenas quando o clube está apertado financeiramente.



Em 2010, um grande problema Náutico foi o atraso nos salários. Atraso este que até hoje atribuo a culpa pela queda de rendimento e do acesso,  o que  QUASE levou o Náutico ao rebaixamento. Sem um planejamento financeiro, vindo de um rebaixamento e realizando nada menos que 43 contratações na temporada (ver “Post 2: Falta de critério nas contratações e causas trabalhistas”), o Náutico passou a ter problemas com salários na metade da Série B, enquanto lutava pelo acesso. Um dos motivos para estes atrasos foi à demora para anunciar um Patrocinador Master. Passou-se toda a temporada de 2010 sem que fosse anunciado alguma marca para patrocínio, com exceção da Feijão Turquesa - que a diretoria reconheceu na imprensa não ser o Master - que estampou a marca durante o Campeonato PE.

Patrocínio hoje no futebol está diretamente ligado a marketing (e como o Náutico tem menos divulgação do que Festa do Pijama de criança dá pra entender o porquê da demora). Agora, vamos analisar o PORQUÊ da demora para que se arrume um patrocinador.


Situação Hipotética: Tu és um (a) administrador (a) de uma grande empresa... Daí, tu pensa: “Vamos divulgar nossa marca em meio esportivo”. Mais especificamente, no futebol. “Vou procurar um clube de futebol profissional pra exibir nossa marca.” Aí tu fazes uma rápida pesquisa e descobre que o Náutico não tem patrocinador. Clube de tradição no Nordeste, que costuma estar primeira divisão. Teu primeiro pensamento é: “Vou enviar uma proposta agora”. Aí tu aprofunda mais um pouco, descobre que o clube tem menos de 5 mil sócios em dia, que só são associados porque querem contribuir de alguma forma, porque o clube praticamente não oferece vida social justamente por não ter uma área social (tópicos que serão abordados em outras postagens).

Então, uma coisa é você ter dificuldade em achar um patrocinador (ainda assim, não serve de pretexto para se ficar um ano inteiro na procura). Outra é você mentir descaradamente para a imprensa e para a torcida sobre esta procura, como ocorreu no ano de 2010. Os trechos de notícias a seguir foram retirados do site transparenciaalvirubra.com.br


Março 2010

“Segundo presidente, e ao contrário do que informou o site oficial do clube, o patrocínio não é máster até o fim do Campeonato Pernambucano. A questão é: o Náutico ainda não fechou com o patrocinador máster, e enquanto não acertar a marca Feijão Turquesa vai ficar estampada na frente da camisa alvirrubra.”


Setembro de 2010

 “O patrocínio máster está muito próximo de ser fechado, segundo o vice-presidente de marketing do Náutico, Roberto Varella. “Tá para fechar, bem encaminhado. Quarta-feira deve-se ter a definição”, disse.


Novembro 2010

“A temporada já está no final. Em campo, o Náutico só terá atividade até o final do mês – no dia 27 se encerra a disputa do Brasileiro da Série B. Mas só agora o Náutico fechou o patrocínio master para a camisa com o banco Bonsucesso. A partir da partida com o Icasa, sábado, nos Aflitos, a marca já estará estampada no uniforme alvirrubro.“




Correções Propostas – Patrocínio no futebol é hoje algo essencial. Os grandes clubes do Brasil (e do mundo) engrandeceram por conta de patrocínio. Vamos tomar, novamente, alguns exemplos aqui, para depois passar para o que pode ser feito para melhorar.

Na década de 90, o Palmeiras viveu o melhor momento de sua história. Conquistou dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa Mercosul, uma Libertadores, 3 Campeonatos Paulistas... E nessa década, pensar no Palmeiras remetia a Parmalat. E vice-versa. Porque o patrocínio era extremamente conhecido, foi a alavanca para o Palmeiras viver esse momento, era o combustível, o recurso financeiro... Podem ver que após a saída (conturbada) da Parmalat, o Palmeiras não ganhou nada expressivo. Ganhou apenas um Campeonato Paulista em 2008 e nada mais. E em 2008, isso só ocorreu porque tinha uma parceria com a Traffic. Hoje, sem patrocínio, o Palmeiras tem tido grande dificuldades para contratar jogadores. 



O Fluminense desde 1998 recebei apoio da Unimed (tudo bem que o responsável pelas negociações é Celso Barros, torcedor tricolor, mas ainda assim é um patrocínio). De lá para cá, o Fluminense chegou a final da Libertadores, em 2008, sendo derrotado pela LDU. Foi campeão da Copa do Brasil em 2007 e do Campeonato Brasileiro em 2011.  Alguém questiona o peso do apoio da Unimed?

Enfim, vocês devem estar questionando de que forma isso pode ajudar o Náutico... A verdade é que de nenhuma. Isso não ajuda em nada. Foi só uma forma de reforçar que patrocínio é algo essencial no futebol moderno. Vamos agora a como podemos chegar neste patamar, que é conquistando sócios.

Hoje em dia, a procura por produtos esportivos é intensa. O marketing nessa área está se tornando uma das fontes mais brutas de dinheiro... E os patrocinadores, de olho nisso, analisam uma série de fatores antes de fechar o contrato. Momento da equipe. Pretensões. Planejamento. E acho que o mais importante é o quadro social. Independente de valor da mensalidade, de condição financeira, só em ter um número pelo menos razoável – digamos 10 mil – já é um atrativo enorme para essas empresas estamparem sua marca, e pagando bem, porque afinal quem vai comprar os produtos são os sócios, e consequentemente espalhar a marca clube á fora. Então o principal investimento tem que ser focando o que o sócio quer, o que ele precisa e o que dá para fazer. Analisaremos isto no próximo post.


Nenhum comentário:

Postar um comentário