Profissionalizar o futebol é uma ideia que a muito tempo vem sendo teorizada no Náutico. O problema é que, na prática, os resultados não comprovam isto.
Hoje foi confirmada a contratação do lateral-direito Oziel. Além dele, um lateral-esquerdo será contratado, sendo este ou não William Rocha. Este incremento eleva para 30 (trinta) o número de contratações realizadas em 2013, 8 (oito) a menos do que em 2012, quando 38 atletas reforçaram o clube.
Obviamente, as últimas contratações se faziam extremamente necessárias, visto que com o elenco de que o Náutico dispunha até dois meses atrás era o mais provável candidato ao descenso. A dúvida é: por que mais uma vez foi desperdiçado um semestre inteiro com uma fórmula que a anos não traz resultados?
2013 (30)
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Ricardo Berna e
Andrade – Goleiros;
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Luís Eduardo,
Alcides, Luiz Eduardo Félix, João Filipe, William Alves e Leandro Amaro –
Zagueiros;
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Maranhão, Bruno
Collaço, Oziel, Eltinho e William Rocha - Laterais;
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Marcos Paulo,
Rodrigo Souto, Magrão e Derley – Volantes;
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Giovanni Augusto,
Vinicius Pacheco, Angelo Peña, Diego Morales e Tiago Real – Meias;
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Elton, Jones
Carioca, Caion, Adeílson, Hugo, Juan Olivera, Jonatas Belusso e Maikon Leite
– Atacantes.
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No que diz respeito a profissionalização, muitos gerentes amadores, e isso é prática comum em vários clubes, acham que basta contratar um diretor remunerado e pronto, está profissionalizado o futebol. Só que não funciona assim.
Considerando as duas últimas gestões (2010-2011 e 2012-2013), na qual tivemos Paulo Wanderley como vice-presidente executivo e presidente executivo, respectivamente, o Náutivo teve 3 profissionais responsáveis pelo futebol:
Gustavo Mendes, de janeiro de 2010 até março de 2011; No período, o Náutico contratou 71 atletas.
Carlos Kila, de junho de 2011 até fevereiro de 2013; No período, o Náutico contratou 56 atletas. Saiu do clube pois não aceitou tornar-se gerente enquanto Daniel Freitas assumia seu antigo cargo.
Daniel Freitas, de janeiro até julho de 2013; No período, o Náutico contratou 30 atletas.
Mesmo com pessoas experientes no meio, o Náutico em nenhum dos anos citados (2010, 2011, 2012 e 2013) conseguiu realizar menos de 30 contratações, prova inconteste de que algo está errado no sistema montado.
Na minha opinião, os números de cada um dos profissionais não podem ser avaliados de maneira justa, pois a grande verdade é que o Náutico não sabe o que é verdadeiramente profissionalizar. Profissionalizar o futebol não significa ter um clube profissional.
Em 2010, Gustavo Mendes foi responsável, junto a Gallo e Maurício Copertino, pela remodelação do elenco entre o Pernambucano e a Série B. A ação fora bem sucedida e o Náutico liderava a competição, tendo, em 10 jogos, perdido apenas um. Contudo, os atrasos salariais impediram o time de continuar no caminho rumo a Série A em que se encontrava. Alguém responsável pela gestão do elenco pode ser responsabilizado pela incompetência administrativa dos executivos?
2010 (49)
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Gustavo, Bruno
Fuso, Gideão e Rodrigo Carvalho – Goleiros;
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Gomes, Ediglê,
Diego Bispo, Vinicius, Igor, Walter, Wescley, Saulo e Henrique Santos – Zagueiros;
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Denis, Daniel,
César Prates, Rafael Foster, Wilton Goiano, Flávio Kaká, Anderson Paim, Jeff
Silva e
Guaru – Laterais;
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Ramirez, Hamilton
2x, Márcio Tinga, Elton Giovanni e Rodrigo Pontes – Volantes;
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Itamar, Zé
Carlos, Felipe Pinto, Thiago Marin, João Henrique, Thiago Lima, Erick Flores,
Giovanni
Augusto,
Francismar e Edinho – Meias;
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Geílson, Bruno
Meneghel, Rodrigo Dantas, Erivelto, Evando, Anderson Lessa, Max, Cristiano,
Bruno Veiga,
Candinho e Joelson – Atacantes;
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Em 2011, o Náutico contratou um total de 33 atletas. Apenas 11 deles (Neno, Marlon, Ronaldo Alves, Alex Fraga, Gustavo, Lenon, Alexandro, Moisés, Paulo Sérgio, Rafael Xavier e Jefferson Berger) foram trazidos por Carlos Kila, após o Campeonato Pernambucano. Reparem que eu coloquei a lista de jogadores para destacar: nenhum deles chegou já respaldado como boa contratação, pois o Náutico simplesmente não tinha dinheiro para trazer mais atletas, já que 2/3 do orçamento anual daquele ano foram gastos nos 4 primeiros meses (em resumo, no Campeonato Pernambucano). Pode-se culpar o diretor por não dispor de dinheiro para contratar?
2011 (33)
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Douglas – Goleiro;
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Everton Luiz,
Wescley, Jorge Felipe, Rafael Nitsche, Marlon, Ronaldo Alves, Alex Fraga e
Gustavo –
Zagueiros;
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Rodrigo Heffner,
Peter, Neno e Aírton – Laterais;
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Everton,
Elicarlos, Derley, Ramirez, Rodolfo Potiguar e Lenon – Volantes;
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Eduardo Ramos,
William e Deyvid Sacconni – Meias;
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Kieza, Ricardo
Xavier, Rogério, Daniel Caiçara, Fábio Reis, Silas, Alexandro, Moisés, Paulo
Sérgio,
Rafael Xavier e
Jefferson Berger – Atacantes;
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O grande fato é que os times que hoje fazem sucesso no Brasil são os times que perceberam que profissionalizar é bem mais que investir no futebol. Um investimento em marketing irá gerar mais sócios; com mais sócios, aumenta o interesse de empresas em patrocinar o clube; com patrocínios, o clube ganha receita para investir no futebol.
Aplicando isto em nossa história recente: se tivesse um patrocinador master durante 2010, o Náutico poderia ter regressado à Série A um ano antes, pois haveria receita para manter as folhas de pagamento. Porém, só em novembro, último mês do calendário futebolístico brasileiro foi anunciado a parceria com o Banco Bonsucesso.
O Internacional, que até 2003 matinha uma mentalidade escassa similar ao que temos hoje no Náutico, hoje possui mais de 100.000 sócios. Forte atrativo que o levou a ser patrocinado pela Nike, gigante da indústria de material esportivo. No quesito marketing, o problema em Rosa e Silva é que ainda não se percebeu que ele tem que ser tirado da planilha de custos colocado na planilha de investimentos. Urgentemente. O potencial de mercado da torcida do Náutico é enorme, falta os dirigentes assimilarem isto.
Philco: Antes de começar a ser patrocinado pela empresa, em maio, pela empresa, Náutico passou 26 meses com a cota vaga. Prejuízo: mais de 2,5 milhões.
O mesmo se aplica as categorias de base. Semana passada, o MTA - Movimento Transparência Alvirrubra realizou seu segundo fórum aberto. Um dos palestrantes foi João Paulo Sampaio, coordenador técnico da base do Vitória. Segundo ele, a estrutura física do Náutico em relação a do Vitória, desde quando o rubro-negro baiano começou seu projeto para tornar-se um clube formador em 1991 até hoje, é muito melhor. Então, por que o Vitória revela e negocia muito mais atletas que o Náutico? A resposta é óbvia: gestão profissional.
É preciso pensar em profissionalizar o clube, e não (apenas) o futebol. Algo que os dirigentes do Náutico ainda não assimilaram. A mudança de mentalidade se faz necessária, pois com a metodologia atual*, o Náutico seguirá nesse tortuoso caminho.
* - Em todos os anos passados desde 2003, em sequer um o Náutico realizou menos de 20 contratações. São mais de 200 atletas e só um título conquistado. Contra NÚMEROS não há argumentos. O caminho para fazer um Náutico vencedor não é este,
Excelente post!!
ResponderExcluirAcompanho sempre esse blog e acho que ele deveria ser mais divulgado nas redes sociais!!
Continue o bom trabalho!!
POR ISSO QUE EU CERRO FILEIRAS COM O "MTA - MOVIMENTO DA TRANSPARÊNCIA ALVIRRUBRA", ATUALMENTE CAPITANEADO POR "GLÁUBER VASCONCELOS".
ResponderExcluirParabens pelo estudo e explicacao dos fatos. Todo alvirrubro deve estar conscientizado do que acontece e ter suas proprias conclusoes. Mais uma vez parabenizo a iniciativa. Tamo junto.
ResponderExcluirA campanha de sócios do clube é pífia, mesmo fazendo parte de um plano nacional, com descontos em diversas marcas, o mkt não está sabendo aproveitar isso para beneficiar o clube. O site está mal estruturado em relação a campanha de sócios, desafio alguém conseguir se associar pelo site hoje.
ResponderExcluirAgora no balanço financeiro do ano, vai estar lá um valor considerável gasto com o departamento de mkt, as perguntas que ficam é: Quem está embolsando este dinheiro? Pq a diretoria não tem interesse em atrair novos sócios?
Com a palavra o poderoso chefão dos Aflitos, AC!