quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Post 49 - Gestão - Casos Auremir e Reynaldo

Em 13 de julho passado, o Náutico acertou a venda do volante Auremir ao Vasco da Gama. Pelos termos encontrados nas diversas notícias que li sobre o caso, comemorei, pois foi de fato uma venda e não uma troca como ocorreu, por exemplo, com supostos "prodígios" como Jhon (atacante), Anderson Lessa (atacante, trocado com o Cruzeiro por Carlinhos Bala) e Sandro Manoel (volante, trocado com o Cruzeiro pelo EMPRÉSTIMO de Leandro Eusébio, em 2006). 

No entanto, a negociação passou por uma situação bastante obscura: a direção alvirrubra negou-se a revelar os valores do negócio. Vejam este trecho de notícia retirado do site blogdotorcedor, que noticiava a apresentação de Auremir no clube carioca:



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Vale ser reiterado: é absurdo serem negados valores de uma negociação por uma diretoria de um clube de futebol. Provavelmente, o Náutico é o único clube brasileiro (e talvez possamos expandir essa margem) a ter omitidos valores de uma venda de um atleta da "casa". Prova disso é a opinião que tem o vice-presidente do Vasco, José Hamilton Mandarino, que pode ser lida no texto abaixo, de reportagem também retirada do blogdotorcedor:



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A situação, neste ponto, já é preocupante, pois recentemente tivemos um presidente com as contas reprovadas (Maurício Cardoso) e outro que demorou 8 meses (este atraso provocou a saída do Náutico da lotérica esportiva Timemania) para apresentar seu balanço, que só foi julgado após a eleição de outro, e fica ainda mais critíca se analisarmos os precedentes.

Em 2007, os meias da base alvirrubra João Victor (hoje no Mallorca, da Espanha) e Reynaldo (hoje no Westerloo, da Suécia) passaram a treinar com o elenco principal, com o primeiro tendo tido mais oportunidades no Campeonato Pernambucano daquele ano. 

Em meados de 2009, durante uma entrevista coletiva, um jornalista questionou o presidente da época, Maurício Cardoso, sobre alguns jogadores da base. Quando ele perguntou por Reynaldo, a resposta foi a seguinte: "Temos 20% dos direitos atleta".
 
Primeiramente, senhores, quero informar-lhes que em fevereiro de 2009, Maurício deu uma entrevista ao Jornal do Commercio afirmando que cedeu 20% dos direitos de Reynaldo ao Anderlecht, num empréstimo até 2013 (não vou nem comentar o quanto é ridículo e desvantajoso emprestar um atleta por uma duração de 5 anos). As palavras do presidente foram as seguintes: "Não recebemos dinheiro, mas, caso exista uma negociação futura, nós ganhamos com isso. É uma parceria". 

Senhores, se ele disse que cedeu 20% no empréstimo, COMO POSTERIORMENTE VEM AFIRMAR QUE 20% É O QUE O NÁUTICO POSSUI? NÓS DEVERÍAMOS TER 50%!

Para que possam entender como este negócio é ainda mais grave, peço que leiam o documento abaixo, que conta a assinatura de contrato de Reynaldo com o Náutico, em 2007, no último ano de gestão de Ricardo Valois:

De acordo com os termos deste documento, assinado pelo presidente da época (Ricardo Valois, mandatos: biênio 2004-2005, biênio 2006-2007) o Náutico teria que repassar 30% do valor obtido na venda de Reynaldo a seus empresários, sr. Eraldo Henrique da Silva e sr. José Everaldo Silva, irmãos que coordenam o projeto Oficina de Craques, realizado em Arapirica-AL. Pois bem, foram estes senhores que trouxeram Reynaldo ao Náutico. 
 
De acordo com os mesmos, em entrevista cedida ao blogdotorcedor, eles souberam da negociação de Reynaldo pela imprensa, quando o mesmo JÁ SE ENCONTRAVA NA BÉLGICA. A diretoria do Náutico NÃO informou a pessoas que tinham PARTE DOS DIREITOS DO ATLETA que ele iria ser negociado! As palavras do sr. Eraldo ao site blogdotorcedor foram as seguintes: "Eles não nos disseram nada. Soubemos da ida de Reynaldo através da imprensa. A informação que temos é que ele foi vendido. Procuramos o presidente Maurício Cardoso, mas ele nunca quis nos atender. Queremos uma explicação"

Então, se primeiramente Maurício Cardoso afirmou que "o Náutico repassou 20% dos  seus direitos sobre Reynaldo ao Anderlecht em parceria", e depois ele disse que o Náutico detinha apenas 20% dos direitos de Reynaldo, COMO ESTE PROCEDIMENTO OCORREU SE HAVIAM OUTROS SÓCIOS NA NEGOCIAÇÃO? A única matemática possível, neste caso, tomando como verdadeiro o fato de que inicialmente o Náutico repassou 20% dos seus direitos sobre Reynaldo ao Anderlecht, seria que o Náutico tivesse tivesse repassado mais 30% dos seus direitos sobre Reynaldo ao clube belga (ou os vendido) e ficado com 20%, com os outros 30% continuando com os srs. Eraldo Silva e José Silva, ficado assim a divisão:


Anderlecht - 50%
Irmãos Silva - 30%
Náutico - 20%

Mas, senhores, se tomarmos isto como um fato (o que infelizmente não pode ser feito pela falta de transparência, pois os valores não foram divulgados) O QUE O NÁUTICO FEZ COM OS 30%? REPASSOU? VENDEU? SE VENDEU, PARA ONDE FOI O DINHEIRO?

E, por último, a situação mais, na falta de um termo melhor, hilariante. Ricardo Valois, que assinou o contrato de Reynaldo quando era presidente (ver documento acima) e que na época da negociação era membro do Colegiado de Futebol, junto com outros alvirrubros, disse, ao ser abordado inúmeras vezes sobre o caso, disse que o jogador fora vendido e que o valor da venda era mais ou menos R$ 1.000.000! 1 milhão! Alvirrubros, ele não só contrariou Maurício Cardoso (O PRESIDENTE DO CLUBE, que havia dito que Reynaldo havia sido cedido ao Anderlecht num empréstimo de cinco anos) como afirmou que o Náutico recebeu um valor NÃO DIVULGADO e que nunca, aparentemente, foi utilizado pelo clube.

Como, então, ficarmos tranquilos no caso Auremir, quando dirigentes do Vasco, imprensa e torcida são a favor da divulgação do valor e o clube não quer divulgar? Como confiarmos no discurso dos cardeais tendo estes precedentes absurdos? E isso remete a outras situações obscuras, como o negócio da sede, que cada vez ganha rumores mais sinistros, o último de que Berillo negocia a venda do terreno com GUSTAVO DUBEUX, que cobra uma DÍVIDA DO NÁUTICO!


A torcida alvirrubra tem que ficar vigilante! Não podemos permitir que o clube gaste rios de dinheiro na formação de atletas, nas reformas do CT, para que quando finalmente negociarmos um atleta, além de não sabermos os termos exatos da negociação, não sabermos o valor, e como o dinheiro (?) será aplicado. A matemática, a lógica, ultimamente não vem sendo batida no Náutico, e os discursos explicatórios vem sendo as costumeiras enrolações e respostas controversas, em que vice-presidente contradiz presidente (clique aqui para entender) e ex-presidente contradiz o presidente, como visto acima.
 

Não venho aqui pedir que apresentem as provas a este reles blogueiro, apesar de achar que toda a massa alvirrubra mereça ter ciência dos termos e valores das negociações, mas que apresentem ao Conselho Deliberativo, para que haja a apreciação e o julgamento dos recibos e documentos. Transparência já!

5 comentários:

  1. ótimo texto. Parabéns Legião Alvirrubra!

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  2. Quando os sócios alvirrubros vão se juntar para retirar essa corja daqui?

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  3. Infelizmente essa corja encontra-se a frente do nosso Náutico.. Tenho a teória de que esses caras querem afastar os sócios através da venda do patrimônio do clube, ficando o Náutico sem nenhum local de concentração de seus sócios, fazendo com que o quadro social seja extinto, e aí, o Náutico seja um clube de um grupinho... e ainda, efetuará a partilha do valor da venda do valioso patrimônio imobiliário do clube...

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  4. Meu amigo, que explanação! Parabéns pela lucidez e opiniões. De longe bateu o blog do torcedor que é cheio de erros de português, notícias tendenciosas e sensacionalista.
    Sugiro uma parceria de troca de links com o www.vermelhodeluta.com.

    Saudações Alvirrubras. N.A.T.

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  5. Fernando Luna Jr, estou aberto a qualquer parceria. Ainda esse fim de semana irei anexar o seu blog a lista dos parceiros. Obrigado pelos elogios e Saudações Alvirrubras!

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