Post 27 - Patrimônio - Venda dos Aflitos

Agora pela manhã, Glauber Vasconcelos, que na chapa do Movimento Transparência Alvirrubra seria o vice-presidente do conselho na última eleição postou o seguinte texto no grupo do Náutico no Facebook:

"Senhores, o futebol é muito relevante, ainda mais no Nautico que foi propositalmente transformado de um clube social num clube de futebol. Não, o assunto mais relevante é essa pretensão lesa-pátria de vender os Aflitos. Hoje Carlyle afirma que após a Semana Santa vão leiloar os Aflitos, sem passar pela assembléia dos sócios, por 150 milhões. Ora, nos dois anos de serie A tivemos mais de 50 milhões e ficamos devendo 4 folhas, imaginem as sandices que serão feitas com 150 milhões, além dos eternos ralos. Sou contra a venda, mas a favor de negocio onde o Nautico seja sócios. No CAM foi assim, porque esses mercadores do templo não tem a decência de pensar no futuro e só pensão em si e no hoje. Talvez entre menos recursos de uma vez, mas teríamos uma renda perene, sem que qualquer iluminado, de discurso fácil, faça mau uso e torre a única e definitiva oportunidade do Clube. Temos que protestar, lutar e ir ao limite para inviabilizar essa atitude nociva que será o fim do nosso Clube."

Pelo nosso perfil do Facebook, fomos ao sr. Glauber e pedimos a permissão para postar este texto em nosso blog, e com seu respaldo, aí vocês o veem. 

No meu ponto de vista, e acredito que no de vocês também, a venda de nosso patrimônio, sem passar pelo crivo de nós, sócios, é um absurdo, leitores. É uma afronta principalmente aos sócios patrimoniais, mas continua sendo um desrespeito a todas as outras categorias. É uma prova da falta de transparência que a atual gestão vem conduzindo desde o inicio do seu mandato. Alvirrubros, busquem os precedentes na história: a venda do Departamento de Caça e Pesca e da área que hoje é o Country Club (sim, já foi nossa) não nos garantiu segurança perene nas receitas, nos permitiu apenas quitar certas dívidas (o dinheiro foi-se rapidamente) e um fôlego financeiro passageiro. Será que a nossa receita deste ano, a maior da história do clube, já não é suficiente?

No texto de Glauber, ele cita o CAM - Clube Atlético Mineiro, que arrendou seu patrimônio, com o objetivo de ter uma renda fixa, perene, demonstrando seu planejamento a longo prazo. No Náutico, que carece muito mais de uma receita permanente, vamos vender para ganhar uma quantia que, embora alta, vai ser rapidamente gasta. Mais contratações sem critério irão ser feitas (lembrem-se que a média de jogadores contratados pelo Náutico de 2003 até 2011 é de 36,5). 

Alguém tem dúvidas que esse dinheiro será mal aplicado caso seja obtido? Em 2009 tivemos a maior receita - até então - de nossa história e fizemos pífia campanha nas 3 competições que disputamos, Pernambucano, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Agora voltamos a superar antigas receitas e temos a maior de toda a história, o que devia ser certeza de boa campanha, mas olhando a tabela nos encontramos na 4ª posição, atrás do Salgueiro, clube que não tem sequer 10% de nossa folha salarial.

Os sócios tem sim o direito de participar das decisões do clube, e temos que lutar por isso. Reitero o discurso de Glauber, essa é a oportunidade definitiva para o crescimento do clube, e o arrendamento de nosso terreno, localizado em área nobre, rodeado por escolas e excelentes residências, nos proporcionará uma renda que, somada ao dinheiro da Arena, nos daria mensalmente o asseguramento do pagamento de nossa folha em totalidade.

Temos que ir a luta para mostrar o que queremos, e não deixar mais uma vez que as decisões sejam tomadas sem a participação dos sócios e conselheiros. Os diretores querem tomar mais uma decisão sem respaldo de seus próprios eleitores. O crivo dos sócios em decisões do clube é trivial para o bom funcionamento dos mesmos.

A Assembleia de Sócios deve ser realizada para que a ideia seja debatida. Foi postado no Facebook que o metro quadrado residencial do bairro dos Aflitos custa 5 mil reais, a área que o Náutico tem é de 41 mil metros quadros, ou seja, o valor mínimo é de 205 milhões de reais, como querem vender por 150? A sede deve ser arrendada, temos que ter uma receita perene, a venda de nosso patrimônio irá nos prejudicar e, a longo prazo, empobrecer ainda mais o Náutico, assim como foi no caso do Departamento de Caça e Pesca e da área que hoje é o Country Club. Situação preocupante demais. 

Entretanto, o MTA - Movimento Transparência Alvirrubra, já se pronunciou sobre esta situação. Uma nota oficial foi emitida ao Blog do Torcedor, que a publicou em seu site http://jc3.uol.com.br/blogs/blogdotorcedor/canais/noticias/2012/04/02/oposicao_do_nautico_nao_quer_que_aflitos_va_a_leilao_128609.php 

Eis a nota do Movimento:

"Em função da informação veiculada na coluna do jornalista Carlyle Paes Barreto, neste último domingo, onde consta a pretensão da atual gestão do Clube Náutico Capibaribe de vender os Aflitos, o MTA se posiciona frontamente contra, pelos seguintes motivos:

1. Uma decisão dessa dimensão não pode ser concluída na escuridão da noite nem entre as quatro paredes de um restaurante, sem a convocação da Assembléia dos Sócios, únicos e reais donos do Náutico;


2. Decisões semelhantes com as alienações das áreas do Departamaneto de Caça e Pesca e do atual Country Club só tornaram o Náutico menor e mais pobre. O fruto das vendas evaporou-se em meses;

3. A venda não garantirá a perpetualidade do Náutico e sim uma pseuda folga de caixa(a receita de quase 50 milhões de reais em 2012 não é suficiente?), completamente sem compromisso com o futuro;

Não entendemos porque não seguimos o exemplo do Atlético Mineiro, entre outros, que se tornaram sócios dos empreeendedores e não apenas trocaram as suas casas por vis moedas.

Por fim, o MTA reitera que defenderá o direito do sócio e a preservação do patrimônio do mesmo em todos os fóruns que se fizerem necessários, inclusive judicialmente, se for o caso.


O MTA nunca foi nem será omisso.
J Joaquim de Araújo Neto"